Roma, o maior império da Antiguidade, dominou extensas possessões territoriais em volta do Mar Mediterrâneo, durante cinco séculos, devido à força de seu extraordinário poderio bélico, que esmagava os oponentes sem compaixão. Mas a história escreveu um capítulo diferente numa península que caiu sob domínio romano em 146 a.C.. Submeteu-se sob o ponto de vista militar e político, sim, mas resistiu, bravamente, graças ao seu inigualável patrimônio cultural helenístico, tanto que algumas pólis conseguiram manter alguma independência e evitar a tributação de César. Atenas e outras cidades gregas chegaram a se rebelar em 88 a.C., porém, foram brutalmente esmagadas pelas tropas do general romano Sila. Nem assim conseguiram varrer do mapa a terra de Aristóteles, Sócrates e Platão. Pelo contrário, a ambição romana pela Grécia Antiga estava relacionada à sua admiração pela cultura, literatura e arte, resultando num processo de aculturação que deu origem à cultura greco-romana, que influencia boa parte do mundo cristão e ocidental.
O preâmbulo histórico serve para demonstrar que a riqueza educacional e cultural de um povo pode superar até mesmo uma inferioridade econômica ou militar, tornando-se a base de sustentação de uma nação. No Brasil, o ensino básico nunca obteve a atenção devida. Agora, em seu discurso de posse, o novo ministro da Educação, Camilo Santana, declarou que a alfabetização na idade certa terá prevalência absoluta. Segundo ele, a última verificação feita pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb 2021) mostrou que apenas uma em cada três crianças é alfabetizada na idade correta. Em outras palavras, isso significa que a maioria dos estudantes é analfabeta dentro da própria escola, o que provoca profundas e maléficas repercussões na sequência de suas vidas. E com a pandemia, o que já era péssimo tornou-se caótico, tanto que o problema é tratado como prioridade pelo Município e Estado. Na rede municipal, o programa "Superação" prevê um reordenamento curricular, que inclui a contratação de profissionais e investimento em tecnologia. Por sua vez, a nova Administração estadual promete transformar São Paulo em uma potência educacional. Espera-se que essas iniciativas recebam o apoio da União, que precisa assumir a sua responsabilidade pelo ensino básico, com investimentos na expansão das escolas em tempo integral, combate à evasão estudantil e introdução de novas tecnologias para reduzir a defasagem escolar. Sem educação de qualidade não haverá futuro.
(Disponível em: https://correio.rac.com.br/opiniao/sem-educac-o-basica-n-o-havera-futuro1.1328385 Acesso em 19 de fevereiro de 2023)
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