PROVA DE REDAÇÃO
Leia os textos abaixo.
TEXTO I
Artigo 18: Liberdade de religião e crença
O Artigo 18 protege teístas, não teístas e ateus, assim como aqueles que não professam qualquer religião ou credo. Menos conhecido é o papel que organizações religiosas desempenharam na realização e no apoio ao movimento por direitos humanos.
No sul da Ásia, o hinduísmo inspirou a longa marcha de Mahatma Gandhi pela libertação da Índia. Cristãos protestantes lideraram a luta para abolir escravidão no Reino Unido e nos Estados Unidos no século 19. Católicos romanos na Polônia e luteranos na Alemanha Oriental estavam na vanguarda do combate ao autoritarismo no final do século 20. Católicos romanos na América Latina pressionaram por justiça social com a “teologia da libertação”. (...)
No entanto, religiões e direitos humanos são frequentemente vistos como conflitantes, com debates na Europa Ocidental sobre se mulheres deveriam poder usar véus e leis de blasfêmia supostamente usadas de forma irregular em partes daÁsia para resolver rancores pessoais.
Alguns argumentam que é preciso não só liberdade religiosa, mas liberdade da própria religião, especialmente quando ela é citada como justificativa para práticas discriminatórias e prejudiciais.
Fonte: Adaptado de https://nacoesunidas.org/artigo-18-liberdade-de-religiao-e-crenca/. Acesso em 30/04/20.
TEXTO II
Decisão do governo sobre data de reinício das Missas públicas desagrada episcopado francês
Em comunicado diante da Assembleia Nacional, o primeiro-ministro Édouard Philippe anunciou na tarde de terça-feira, 28, que as celebrações religiosas públicas não poderão ser retomadas antes de 2 de junho.
Em um comunicado de imprensa publicado no início da noite, o Conselho Permanente da Conferência Episcopal da França, "em nome de todos os bispos, soube com pesar desta data que é imposta aos católicos e a todas as religiões de nosso país".
O episcopado francês expressa suas reservas, como aconteceu com o episcopado italiano em relação à decisão semelhante tomada pelo governo Giuseppe Conte alguns dias antes, não obstante compartilhe a preocupação do governo de limitar ao máximo a circulação da epidemia.
Causa estranheza aos bispos a proibição da celebração de Missas públicas, pois poderiam promover a disseminação do coronavírus, enquanto que por outro lado são retomadas as atividades econômicas e comerciais e há a reabertura gradual das escolas.
"A dimensão espiritual e religiosa do ser humano contribui, estamos convencidos disso, para a paz dos corações, para o fortalecimento nas provações, para a fraternidade entre as pessoas e para toda a vida social”, insistem os prelados.
“A liberdade de culto é um alicerce da vida democrática. É por isso que os bispos desejam se reunir com as autoridades públicas, nacionais ou locais, para preparar a retomada efetiva do culto. Os católicos respeitaram e respeitarão as instruções do governo”, diz a nota.
Fonte: Adaptado de https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2020-04/franca-bispos-missas-2-junho-governo-coronavirus.html. Acesso em 30/04/20.
TEXTO III
A quem interessa a onda de intolerância religiosa que sacode o Brasil?
O Brasil está destruindo um dos seus maioresvalores, sua proverbial tolerância religiosa e a coexistência pacífica entre as diferentes confissões. A quem interessa essa onda iconoclasta que cresceu 4.960% em apenas cinco anos, que registra uma denúncia de hostilidade ou profanação de locais de culto e pessoas que os dirigem a cada 15 horas?
Os mais perseguidos são os locais de culto das religiões de matriz africana, mas também atinge templos católicos e protestantes, igrejas evangélicas, centros espíritas e sinagogas judaicas. Imagens de orixás são queimadas, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida é destruída a golpes de martelo, os sacrários das igrejas católicas são violados e as hóstias consagradas são jogadas no chão e nem os cemitérios são respeitados.
Que eEstamos diante de um fato novo e é urgente descobrir o que se esconde por trás dessa nova guerra contra o sagrado. Que a um Brasil atravessado por uma perigosa corrente de ódio político e social se queira acrescentar a intolerânciae a agressão física aos símbolos e pessoas religiosas poderia ser a última etapa da barbárie. A tolerância e a riqueza de entidades religiosas convivendo em paz neste país foi resultado da feliz conjunção histórica do encontro de três crenças trazidas pelos três povos que engendraram o Brasil: a indígena, a cristã -contribuição dos europeus -, e a africana, dos quatro milhões de escravos.
Fonte: Adaptado de https://brasil.elpais.com/brasil/2017/11/14/opinion/1510697413_063183.html. Acesso em 30/04/20.
TEXTO IV
O que é intolerância religiosa?
A história da intolerância religiosa é uma história de séculos. No Império Romano os católicos foram perseguidos. Na Idade Média, católicos perseguiram judeus e pagãos. No Brasil, os portugueses não aceitavam as crenças religiosas dos índios e os catequizaram e no período da escravidão, proibiam os negros de cultuar seus deuses. Esses são apenas alguns exemplos.
Segundo o professor Antonio Ozaí da Silva, a raiz da intolerância está na transição das religiões politeístas para as religiões monoteístas. Isso porque, ao reconhecer a existência de um Deus único, as religiões deixam de aceitar a existência de outros deuses. É daí que surge a ideia de guerra santa, isto é, a realização de conflitos para afirmar a concepção de um Deus.
Para o professor, a intolerância é resultado do medo e insegurança e da necessidade do ser humano em possuir certezas, e conclui que ela é alimentada por grupos de poder e interesses. Por isso, para entender a intolerância a determinadas crenças, é necessáriauma interpretação completa do contexto social, político e econômico.
Fonte: Adaptado de https://www.politize.com.br/intolerancia-religiosa/. Acesso em 30/04/20.
Com base nos textos de apoio e em seus conhecimentos gerais, construa um texto dissertativo-argumentativo, em terceira pessoa, de 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) linhas, sobre o tema:
“A garantia de liberdade religiosa no Brasil”
OBSERVAÇÕES:
1. Aborde o tema sem se restringir a casos particulares ou específicos ou a uma determinada pessoa.
2. Formule uma opinião sobre o assunto e apresente argumentos que defendam seu ponto de vista, sem transcrever literalmente trechos dos textos de apoio.
3. Não se esqueça de atribuir um título ao texto.
4. A redação será considerada inválida (grau zero) nos seguintes casos:
–texto com qualquermarca que possa identificar o candidato;
–modalidade diferente da dissertativa;
–insuficiência vocabular, excesso de oralidade e/ou graves erros gramaticais;
–constituída de frases soltas, sem o emprego adequado de elementos coesivos;
–fuga do tema proposto;–texto ilegível;
–em forma de poema ou outra que não em prosa;
–linguagem incompreensível ou vulgar;
–texto em branco ou com menos de 17 (dezessete) ou mais de 38 (trinta e oito) linhas; e
-uso de lápis ou caneta de tinta diferente da cor azulou preta.
5. Se sua redação tiver entre 17 (dezessete) e 24 (vinte e quatro) linhas, inclusive, ou entre 31 (trinta e uma) e 38 (trintae oito) linhas, também inclusive, sua nota será diminuída, mas não implicará grau zero.