Este tema exige que o candidato analise como a guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada em 2022, afetou o processo de globalização, especialmente em termos econômicos, políticos, energéticos e de segurança internacional.

Não basta descrever o conflito: é necessário discutir os impactos concretos sobre o mundo globalizado — como rupturas em cadeias de fornecimento, aumento da instabilidade econômica, mudanças nas alianças geopolíticas e reforço de nacionalismos.

No contexto da Escola Naval, é importante lembrar que a Marinha do Brasil atua para garantir a soberania marítima e que conflitos internacionais afetam rotas comerciais e estratégias de defesa, conectando o tema à realidade naval.

Introdução

Recurso de introdução:

A invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, marcou um ponto de inflexão no cenário internacional contemporâneo. Em um mundo interconectado, conflitos regionais não produzem efeitos locais apenas, mas reverberam em toda a estrutura global.

Tese:

O conflito na Ucrânia revelou fragilidades da globalização, ao intensificar rupturas econômicas, tensionar alianças políticas e impulsionar tendências de regionalização e proteção de interesses nacionais estratégicos.

Desenvolvimento 1 – O impacto econômico e a ruptura de cadeias globais

Repertório econômico-histórico:

A Teoria da Interdependência Complexa, de Robert Keohane e Joseph Nye, defendia que as relações internacionais modernas se baseavam em redes de interdependência econômica e institucional. A guerra testou esses limites.

Exemplificação:

A dependência europeia do gás russo, a crise alimentar causada pela interrupção das exportações de grãos da Ucrânia e o aumento do custo global da energia são exemplos claros de como conflitos regionais desestabilizam cadeias globais.

Aprofundamento:

Essa vulnerabilidade levou países a buscarem diversificação de fornecedores e reforço da produção interna, sinalizando uma revisão crítica do modelo de globalização econômica baseado em cadeias longas e frágeis.

Desenvolvimento 2 – A reconfiguração das alianças políticas e a fragmentação da ordem global

Repertório geopolítico:

A reativação da OTAN e o fortalecimento de blocos regionais, como a União Europeia e novas alianças estratégicas no Indo-Pacífico, mostram que o multilateralismo globalizado perde espaço para pactos regionais de defesa e interesse.

Exemplificação:

A entrada da Finlândia e da Suécia na OTAN, o fortalecimento da cooperação entre Rússia e China e o reposicionamento de países emergentes como o Brasil em fóruns multilaterais refletem a tendência de reconfiguração do equilíbrio geopolítico.

Aprofundamento:

O conflito reforçou a percepção de que a globalização política não criou uma ordem estável, mas sim uma interdependência vulnerável a rivalidades estratégicas.

Desenvolvimento 3 – A necessidade de proteção de recursos e o papel do poder marítimo

Repertório estratégico:

Desde as Grandes Navegações, o controle das rotas marítimas sempre foi essencial para a segurança econômica das nações. Hoje, no contexto da nova geopolítica, essa verdade se reafirma.

Exemplificação:

A Marinha do Brasil, ao proteger a Amazônia Azul e garantir a segurança das rotas comerciais que passam pelo Atlântico Sul, desempenha papel fundamental em um mundo onde bloqueios marítimos e ataques a navios civis voltaram a ser ameaça concreta, como evidenciado no Mar Negro.

Aprofundamento:

A proteção dos recursos energéticos do pré-sal e das vias de exportação de commodities coloca a Estratégia Nacional de Defesa, e particularmente a atuação naval, como prioridade para assegurar a soberania brasileira diante das instabilidades globais.

Conclusão

Retomada da tese:

O conflito na Ucrânia impactou profundamente o processo de globalização, revelando fragilidades econômicas, políticas e estratégicas.

Síntese dos argumentos:

A ruptura de cadeias globais, a fragmentação das alianças e a valorização da proteção de recursos estratégicos mostram a transição para um mundo mais cauteloso e menos interdependente.

Reflexão final:

Em meio a essa transformação, fortalecer a capacidade de defesa e consolidar a presença internacional, como faz a Marinha do Brasil, será essencial para que o país navegue com segurança no novo cenário geopolítico do século XXI.