(PROPOSTA DE REDAÇÃO)
“Na trama visível, dilacerada das grandes guerras contemporâneas, reconhecem-se apenas a paisagem cultural da guerra, as nervuras de sua representação dominante. Não se veem mais, e tanto melhor, colunas de soldados em centenas de milhares chegando ao futuro campo de batalha, dispondo-se em ordem para a batalha decisiva.”
(GROS, Frédéric. Estados de violência: ensaio sobre o fim da guerra. Tradução de José Augusto da Silva. Aparecida, SP: Editora Idéias & Letras, 2009, p. 227. Texto adaptado).
“Não está completamente fora de contexto fazermos uma comparação entre uma zona de guerra, aquela onde ocorrem combates, com áreas atingidas por pandemias como a do Coronavírus ou COVID-19. Em uma guerra, os combatentes estão a mercê de serem atingidos, a qualquer momento, por disparos de um franco atirador, de morteiros, do fogo da artilharia inimiga, de bombardeios aéreos e de seus próprios companheiros, quer por erro de cálculo ou acidente.”
(Woloszyn, André Luís. O que Guerras e Pandemias têm em Comum. Disponível em: http:/Iwww.defesanet.com.br/ pw/noticia/36136/Woloszyn---O-Que-Guerras-e-Pandemias-tem-emComum/. Acesso em 16/04/2020).
“Os flagelos, na verdade, são uma coisa comum, mas é difícil acreditar neles quando se abatem sobre nós. Houve no mundo igual número de pestes e de guerras. E, contudo, as pestes, como as guerras, encontram sempre as pessoas igualmente desprevenidas (....) nossos concidadãos, a esse respeito, eram como todo mundo (....) não acreditavam em flagelos. O flagelo não está à altura do homem (....) Continuavam a fazer negócios, preparavam viagens e tinham as suas opiniões. Como poderiam ter pensado na peste que suprime o futuro, os deslocamentos e as discussões”? Julgavam-se livres e jamais alguém será livre enquanto houver flagelos
(CAMUS, Albert. A Peste. Tradução de Valerie Rumjanek. Rio de Janeiro: Editora Record, 2017, p. 41).
Sabe-se que o mundo tem enfrentado graves problemas devido à propagação do novo coronavírus, o que tem evocado a memória dos flagelos da humanidade, que pareciam ter sido erradicados para sempre. Imersas em uma vida cotidiana marcada pela hiperatividade, excitação permanente e autopromoção digital, as pessoas foram obrigadas a suportar o isolamento, o medo da doença e do desemprego, a perda dos entes queridos, a interrupção drástica e prolongada de suas rotinas, de forma similar ao que aconteceria em um conflito armado de grandes proporções. Considerando a radicalidade da experiência da peste e da guerra, abordada nos excertos transcritos nesta prova, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema:
A luta contra a COVID-19: a pandemia vivida como guerra na sociedade contemporânea.
Em sua escrita, atente para as seguintes considerações:
1. Privilegie a norma culta da língua portuguesa. Eventuais equívocos morfossintáticos, erros de regência, concordância, coesão e coerência, bem como desvios da grafia vigente e a não observância das regras de acentuação serão penalizados.
2. Seu texto deverá ter entre 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) linhas.
3. Não copie nem faça paráfrases de nenhuma parte dos textos apresentados.