Questão
Sprint Epcar
2023
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Discursiva
(PROPOSTA DE REDAÇÃO)

Texto I

Como evitar mais ataques a escolas?

A resposta passa por acompanhamento psicológico, monitoramento do uso de internet, jogar os agressores no anonimato – e nada de pânico generalizado.

Desde o final de março, o termo “ataque em escola” se tornou uma das maiores buscas do Google no país. A razão para isso estampou jornais, espalhou-se em correntes no WhatsApp e amedrontou estudantes, pais e professores: desde o dia 27 de março, quando um estudante atacou uma escola no bairro da Vila Sônia, em São Paulo, as ameaças de violência nas escolas multiplicaram-se por todo o Brasil. A preocupação, inclusive de autoridades, acentuou-se ainda mais quando um homem invadiu uma creche em Blumenau (SC) no início de abril e matou quatro crianças e feriu outras quatro. 

Apesar de parecerem repentinos, os casos refletem um cenário que especialistas monitoram há anos. Nas duas últimas décadas, foram mais de 20 massacres em escolas brasileiras. Desde agosto do ano passado, a quantidade deu uma guinada: mais de um por mês em todo o país, segundo levantamento feito por pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

O cenário preocupa, mas parte dos especialistas alerta para um segundo perigo: o do pânico generalizado que pode, inclusive, fortalecer grupos radicais e potenciais agressores. É o que afirma em entrevista à coluna do jornalista Leonardo Sakamoto, do UOL, o coordenador do Monitor do Debate Político no Meio Digital da USP (Universidade de São Paulo), Pablo Ortellado. Segundo ele, há uma parcela de jovens “curiosos” que entram em fóruns radicais sem a real pretensão de executar ataques. E embora mereçam atenção, os ataques ainda representam uma parcela pequena diante da imensidão da rede de ensino no Brasil.

Por isso, explica, a comunidade escolar deve conter o clima de pânico a fim de não potencializar ainda mais o movimento. A coluna também afirma que a Polícia Federal está realizando um trabalho de inteligência ao monitorar estes grupos, localizar os potenciais agressores e avisá-los de que estão sendo vigiados.

Alguns levantamentos recentes dão dimensão sobre a escalada da violência nas escolas brasileiras:

Entre janeiro e agosto de 2022, foram registrados mais de 100 boletins de ocorrência por lesão corporal e ameaça em escolas no escolas no Tocantins, e 80% das vítimas foram professores. 

Segundo um estudo publicado no Jornal da USP, oito em cada dez jovens da região metropolitana de São Paulo afirmam ter presenciado ao menos uma situação de violência contra adolescentes nas escolas.

Em uma pesquisa da organização Nova Escola com 5.300 professores de todo o Brasil, 80% dos docentes afirmou já ter sido vítima de algum tipo de agressão. A violência verbal foi a de maior incidência, seguida de violência psicológica e ao menos 7% dos profissionais já foram sido agredidos fisicamente.

Outro levantamento aponta que o Brasil está entre os índices mais altos no ranking mundial de agressões contra professores. Divulgado em 2019, o estudo foi feito pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e contou com 250 mil docentes de 48 países ou regiões.

A violência no ambiente escolar é, segundo os professores, multifatorial, ou seja, há uma série de fatores sociais e psicológicos que podem desencadear essas situações. 

Por muito tempo, inclusive, esses casos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos foram associados unicamente ao bullying, mas, hoje, os especialistas no tema já estudam outras possibilidades.

Uma delas é que o aumento recente de ataques esteja relacionado à pandemia de covid-19. A justificativa é que, durante o período de isolamento, os jovens teriam perdido certas habilidades sociais, como a abertura ao diálogo, respeito a regras e o controle das emoções. Para piorar, com o retorno das aulas presenciais, as ações adotadas pelo poder público e pelas escolas estariam mais focadas na recuperação da aprendizagem do que em problemas socioemocionais enfrentados pelos estudantes. 

Um exemplo prático é que cerca de um mês antes do ataque na escola da Vila Sônia, o programa “Psicólogos na Educação”, instituído durante a pandemia pelo governo do Estado de São Paulo, havia sido suspenso. Com isso, professores e estudantes das escolas estaduais estavam sem qualquer apoio neste sentido.

A Secretaria da Educação de São Paulo aponta que, após a volta das aulas presenciais, em janeiro e fevereiro de 2022, foram registrados 4.021 casos de agressões físicas nas unidades do estado. Para se ter uma ideia da piora do quadro, o número é 48,5% maior do que o mesmo período de 2019, último ano de aulas presenciais antes da pandemia.

E não foram apenas os casos de agressão física que aumentaram: houve crescimento de 52% de ocorrências de ameaça e 77% de casos de bullying nas escolas do estado em comparação ao período pré-pandêmico.

Uma outra possibilidade é que a incidência de casos de violência esteja relacionada ao aumento da intolerância, principalmente contra minorias. No caso do ataque em São Paulo, o agressor havia proferido ofensas racistas contra um colega na semana anterior ao atentado, resultando em uma briga. A discussão foi apartada pela professora – que se tornaria a vítima esfaqueada dias depois. 

A exposição à violência dentro de casa, como agressões físicas, psicológicas, e maus-tratos também podem ter desencadeado mais casos.

Além disso, o acesso à internet sem mediação de um responsável teria tornado mais fácil o contato com grupos online que disseminam conteúdos violentos e ideias supremacistas, com discursos racistas, xenofóbicos, misóginos e neonazistas.”

Disponível em < https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/como-evitar-mais-ataques-a-escolas/> Acesso em 28 mai. 2023.

Texto II

Entenda o conceito de violência escolar

A violência corresponde ao uso intencional da força ou poder em forma de ameaça, podendo ser contra si mesmo ou outra pessoa, grupo ou comunidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os resultados de uma ameaça violenta podem ocasionar lesão, morte, dano psíquico, alterações do desenvolvimento ou privações.

A escola é o espaço de formação intelectual e cidadã e espera-se que este seja um lugar munido de proteção e segurança. Entretanto, o atual cenário brasileiro evidencia outra realidade. 

A violência está presente no ambiente escolar, manifestando-se de diversas formas. Essa violência é reflexo da vida social, sendo, muitas vezes, uma reprodução de violências do mundo social, baseadas em preconceitos contra minorias sociais.
Portanto, violência escolar corresponde ao uso da força e/ou agressividade dentro do contexto/ambiente escolar e pode se manifestar entre todos os atores sociais da comunidade escolar: estudantes, professores, coordenadores, responsáveis e demais funcionários.

As consequências destas ações têm efeitos em todos os envolvidos: tanto nas vítimas quanto nos autores. Os resultados vistos são: depressão, suicídios, distúrbios comportamentais, prejuízo às atividades em sala de aula e abandono escolar.
Existem diversos tipos de violência que podem ocorrer dentro desse espaço, por isso, listamos alguns dos cenários possíveis de acontecer:

- Violência de professor (agressor) para aluno (vítima): esse é um dos casos em que professores fazem uso de sua autoridade para executarem atos violentos contra alunos. Exemplo disso foi que, ao longo do século XX, esse tipo de violência era muito comum, quando castigo físico era utilizado quando um aluno se comportava mal ou não fazia o que foi pedido pelo professor;

- Violência de aluno (agressor) para professor (vítima): nesse caso, pode ocorrer atos de violência física, psicológica e verbal, como proferir insultos e ataques dentro e fora da sala de aula, ameaças de morte e outros;

- Exclusão de algum aluno de modo proposital: a exclusão é um tipo de violência psicológica e ocorre quando um grupo de alunos decide excluir um aluno das tarefas da turma, agindo como se essa pessoa não existisse, ao passo que ela se isola;

- Violência sexual: este ato ocorre quando nota-se a presença de condutas sexuais indevidas no contexto escolar e ocorre de um aluno para outro aluno, de professor para aluno, de professor para professor, entre outros;

- Bullying: são agressões intencionais, perseguições, apelidos depreciativos e/ou humilhação em público. Com este tipo de violência, o agressor consegue o controle físico e psicológico sobre a vítima. Atualmente, o bullying é considerado um dos tipos mais comuns de violência escolar e uma das causas de suicídio entre os jovens;

- Violência entre professores: são ofensas e maus-tratos feitos de um professor ao outro, o que também inclui assédio, violência sexual, coerção, por exemplo;

- Violência de pais e professores: consiste em toda ameaça e danos físicos causados pelos responsáveis dos estudantes aos professores, podendo ocorrer ou não em horário de aula.

(Disponível em <https://www.politize.com.br/violencia-escolar/> Acesso em 28 mai. 2023)

Texto III


(Disponível em <http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=141&evento=3> Acesso em 28 mai. 2023)

Tendo em vista os textos apresentados, escreva uma redação dissertativa-argumentativa ou expositiva, sobre o tema: 

A epidemia de violência nas escolas