(PROPOSTA DE REDAÇÃO)



Para elaborar um texto dissertativo-argumentativo em prosa, no qual você se posicione coerentemente com relação ao desempenho dos atletas brasileiros nas Olimpíadas de Londres, tome por base os textos a seguir.
Tudo ou nada
Sou um apaixonado pelas Olimpíadas. De quatro em quatro anos, torço para que na época da grande competição mundial eu esteja com pouco trabalho e consiga assistir ao máximo de provas. Sou ao mesmo tempo torcedor, patriota e observador fascinado pelos aspectos técnicos, morais, psicológicos, etc. dos mais diversos esportes. Na coluna de hoje vou tratar da minha paixão especial pelo judô, mostrando o que vejo nele de inigualável. Depois vou comentar o que considero uma brutal injustiça: o julgamento de muitos brasileiros sobre seus atletas, marcado pelo “tudo ou nada”.
Os medalhistas, se não corresponderam à expectativa do ouro, decepcionaram; os cotados à medalha, tendo terminado em quarto, quinto ou oitavo lugares, são tratados como um fiasco. Você é o quinto melhor atleta do mundo, mas para o Brasil você é um fracasso.
Jogos olímpicos são cruéis: os esforços, os sacrifícios pessoais de quatro anos são postos à prova em um único momento, em que qualquer erro pode ser fatal. Além disso, é psicologicamente mais difícil ser um atleta brasileiro bem cotado do que ser um atleta americano, alemão ou francês.
BOSCO, Francisco. O Globo, 08/08/2012. Segundo Caderno. p. 2 (adaptado).
O Brasil nas paraolimpíadas

Folha de São Paulo, 10/09/2012. Caderno Esporte, p. D5.

Folha de São Paulo, 10/09/2012. Caderno Esporte. p. D5.
Desculpe, não deu
Sim, é verdade que me preparei para este dia nos últimos quatro anos. Quis muito, fiz de tudo mesmo para estar aqui em Londres, com o mundo inteiro, os melhores, nesta Olimpíada.
Só que a vida é tão cheia de imprevistos, repleta de acidentes, traiçoeira, que, quando você menos percebe, pronto, ela aparece zombeteira e te passa uma rasteira.
Além do mais, quando as coisas não querem dar certo, não dão mesmo. O lugar em que eu estava era longe, muito longe, e o jogo durou muito mais tempo do que eu previa, até com prorrogação e pênaltis.
Tinha, também, o problema da língua – ou você quer que além da minha eu fale a dos outros?
Ventava, além do mais. Ventava demais, entrou areia nos meus olhos, me deu uma alergia danada, tive uma crise de espirros que vou te contar. Culpado, eu?
Mas sou brasileiro, não desisto nunca, com muito orgulho, com muito amor.
Tentei novamente. Só que me bateu um cansaço que vou te contar... Sabe quando dá aquela leseira, as pernas pesam, o corpo todo dói, a cabeça não pensa, um sono danado?
E pensei, acho que pensei bem, aliás, responsavelmente: “Numa dessas, se insisto, sou capaz de me machucar. E vai ser pior para todos, vou dar um trabalho para o médico, enfim, por mais que eu saiba que não vim de tão longe para refugar bem na horinha, fazer o quê? Sou gente, não sou máquina, ou você acha que alguém queria mais do que eu? Além do que, convenhamos, estar aqui, simplesmente estar aqui já é uma vitória, né não?”
Não se dar bem faz parte, não se pode ganhar sempre, e o que me interessa é que minha chefia, que é do ramo, ao contrário de você, me entende, me compreende, me respalda e me paga. Com o seu dinheiro, inclusive. See you in Rio!
Folha de São Paulo, 06/08/2012. Disponível em <folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri> (adaptado).
Tira

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Atenção:
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