(PROPOSTA DE REDAÇÃO)
TEXTO I
O QUE É A GUERRA?
A guerra não é a continuação da política por outros meios. O mundo seria mais fácil de compreender se essa frase de Clausewitz fosse verdade. Clausewitz, um veterano prussiano das guerras napoleônicas que aproveitou seus anos de aposentadoria para compor o que estava destinado a ser o mais famoso livro sobre a guerra — chamado justamente Da guerra —, na verdade escreveu que a guerra era a “continuação das relações políticas” (des politischen Verkehrs) “com a entremistura de outros meios” (mit Einmischung anderer Mittel). O original alemão expressa uma ideia mais complexa e sutil que a tradução mais frequentemente citada. Nas duas formas, no entanto, o pensamento de Clausewitz está incompleto. Ele implica a existência de Estados, de interesses de Estado e de cálculos racionais sobre como eles podem ser atingidos. Contudo, a guerra precede o Estado, a diplomacia e a estratégia por vários milênios. A guerra é quase tão antiga quanto o próprio homem e atinge os lugares mais secretos do coração humano, lugares em que o ego dissolve os propósitos racionais, onde reina o orgulho, onde a emoção é suprema, onde o instinto é rei. “O homem é um animal político”, disse Aristóteles. Clausewitz, herdeiro de Aristóteles, disse apenas que um animal político é um animal que guerreia. Nenhum dos dois ousou enfrentar o pensamento de que o homem é um animal que pensa, em quem o intelecto dirige o impulso de caçar e a capacidade de matar.
(John Keegan. Uma história da Guerra.)
TEXTO II
Por que motivos a Rússia invadiu a Ucrânia: resumo
4 março 2022
Por que a Rússia decidiu invadir a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022? A resposta a essa pergunta varia de acordo com quem a responde. Leia este resumo feito pela BBC News Brasil e clique nos links destacados no texto para se aprofundar nos temas.
Entre as principais razões apontadas, estão: a expansão da Otan pelo Leste Europeu, a possibilidade de adesão da Ucrânia à aliança militar, a contestação ao direito da Ucrânia à soberania independente da Rússia e o desejo de Vladimir Putin de restabelecer a zona de influência da União Soviética.
Por um lado, a Rússia diz querer impedir o que classifica de cerco à sua fronteira com a possível adesão da Ucrânia à Otan, aliança militar de 30 países, que se expandiu pelo Leste Europeu, incluindo hoje 14 países do ex-bloco comunista.
Putin acusa ainda, sem provas, o governo ucraniano de genocídio contra ucranianos de origem étnica russa que vivem nas regiões separatistas de Donetsk e Luhansk. Ele alega que a invasão tenta "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia, o que pode servir de justificativa para uma eventual deposição do atual governo ucraniano.
Por outro lado, a Ucrânia e outros observadores veem na guerra uma tentativa da Rússia restabelecer a zona de controle e influência da antiga União Soviética, algo visto como desrespeito à soberania da Ucrânia, que deveria ter o direito de decidir seu destino e suas alianças.
Ucranianos rebatem também a tese de que a Ucrânia é um país artificialmente criado pela União Soviética. O presidente russo, Vladimir Putin, costuma citar a origem compartilhada de russos, ucranianos e bielorrussos, no Estado medieval de Kiev Rus, fundado no século 9, como prova de que esses povos são indissociáveis, mas ucranianos argumentam que a origem comum não se sobrepõe aos séculos em que a identidade ucraniana se desenvolveu de forma independente, incluindo a invasão por diferentes povos e desenvolvimento de idioma próprio.
(Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60606340.)
TEXTO III
(...)
Onda de refugiados da guerra na Ucrânia abre nova frente de drama humanitário
Em meio à negociação entre russos e ucranianos para a criação de corredores humanitários para que civis possam deixar a região, a ONU estima que mais de 1,7 milhão de pessoas já saíram da Ucrânia desde o início da invasão do país por forças da Rússia.
A União Europeia avalia que o total de deslocamentos forçados até o final do conflito pode chegar a até 8 milhões. O problema ainda é agravado por relatos de discriminação contra grupos que têm sido impedidos de cruzar a fronteira devido à cor da pele ou à sua origem.
Neste episódio do E Tem Mais, Carol Nogueira apresenta um balanço do novo fluxo de milhares de refugiados desencadeado pela guerra na Ucrânia. Para descrever a situação de quem tenta deixar o país e os possíveis impactos desses deslocamentos, participam deste episódio o enviado especial da CNN Brasil à fronteira ucraniana com a Polônia, Mathias Brotero, e Luiz Fernando Godinho, porta-voz do Acnur (agência da ONU para refugiados) no Brasil.
Vídeo mostra ataque aéreo na Rússia
O Ministério da Defesa russo divulgou no domingo (6) imagens (veja abaixo) de um ataque aéreo na Ucrânia. As imagens mostram um caça com mísseis na parte inferior.
Após a decolagem, o vídeo mostra o momento do disparo, mas não é possível ver o alvo do ataque. O jato muda de direção após a ação e volta para a base militar.
Um grupo de profissionais da imprensa registrou o momento no qual a cidade de Irpin, próxima a Kiev, é atingida por um bombardeio. O local é um dos pontos de saída de civis da cidade.
Pressão norte-americana
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, identificou no domingo três áreas em que os EUA podem tomar medidas adicionais para aumentar a pressão sobre a Rússia à medida que sua guerra na Ucrânia continua: a proibição das importações de petróleo russo, uma declaração de crimes de guerra e ajudar a facilitar a entrega de caças poloneses à Ucrânia.
Em respostas separadas em uma entrevista à ABC News, Thomas-Greenfield mencionou as áreas em que os EUA estavam revisando opções e coordenando com aliados. Ela disse que o presidente Biden está “em discussão com aliados da Otan” sobre uma possível proibição das importações de petróleo russo.
“O presidente está trabalhando com seus assessores, assessores de segurança, bem como seus assessores de energia, sobre como lidar com essas questões”, disse ela, acrescentando que a Casa Branca está ciente de como essa proibição pode afetar os preços do gás.
(Fragmento disponível em www.cnn.com/portuguese)
TEXTO IV
Direitos Humanos
Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente da sua raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição. Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, liberdade de opinião e expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre outros. Todos têm direito a estes direitos, sem discriminação.
Direito Internacional dos Direitos Humanos
O Direito Internacional dos Direitos Humanos estabelece as obrigações dos governos de agir de determinada maneira ou de se abster de certos atos, a fim de promover e proteger os direitos humanos e as liberdades fundamentais de indivíduos ou de grupos.
Uma das grandes conquistas das Nações Unidas é a criação de um corpo abrangente de leis de direitos humanos – um código universal e protegido internacionalmente, no qual todas as nações se podem inscrever e ao qual todas as pessoas aspiram. As Nações Unidas definiram uma ampla gama de direitos internacionalmente aceites, incluindo direitos civis, culturais, econômicos, políticos e sociais. Também estabeleceu mecanismos para promover e proteger esses direitos, e auxiliar os Estados a cumprirem as suas responsabilidades.
Assembleia Geral elege dezoito membros do Conselho de Direitos Humanos para mandatos de três anos, com início em janeiro de 2019. Foto: ONU/Manuel Elias
As bases desse corpo de leis são a Carta das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotadas pela Assembleia Geral em 1945 e em 1948, respetivamente. Desde então, as Nações Unidas expandiram gradualmente a lei de direitos humanos para abranger padrões específicos para mulheres, crianças, pessoas com deficiência, minorias e outros grupos vulneráveis, que agora possuem direitos que os protegem da discriminação.
Declaração Universal dos Direitos Humanos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um marco na história dos direitos humanos. Redigida por representantes com diferentes origens legais e culturais de todas as regiões do mundo, a Declaração foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em Paris, a 10 de dezembro de 1948 pela resolução 217 A (III) como um padrão comum de conquistas para todos os povos e todas as nações. Estabelece, pela primeira vez, que os direitos humanos fundamentais devem ser protegidos universalmente. Desde a sua adoção em 1948, a DUDH foi traduzida em mais de 500 idiomas – é o documento mais traduzido do mundo – e foi fonte de inspiração para a redação da Constituição de novos Estados independentes e de novas democracias. A DUDH, juntamente com o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e os seus dois Protocolos Facultativos (sobre o procedimento de queixas e sobre a pena de morte) e o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e o seu Protocolo Facultativo, formam a chamada Carta Internacional de Direitos Humanos.
Direitos econômicos, sociais e culturais
A Convenção Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais entrou em vigor em 1976. Os direitos humanos que a Convenção busca promover e proteger incluem:
• O direito a trabalhar em condições justas e favoráveis;
• O direito à proteção social, a um padrão de vida adequado e aos mais altos padrões atingíveis de bem-estar físico e mental;
• O direito à educação e ao usufruto dos benefícios da liberdade cultural e do progresso científico.
(Fragmento disponível em https://unric.org/pt/o-que-sao-os-direitos-humanos/)
A partir da reflexão sobre a coletânea de textos de apoio e de seus conhecimentos gerais, construa um texto dissertativo-argumentativo, em terceira pessoa, de 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) linhas, considerando a seguinte temática:
“A posição da população civil deve ser considerada de que forma em um contexto de guerra?”
OBSERVAÇÕES:
1. Aborde o tema sem se restringir a casos particulares ou específicos ou a uma determinada pessoa.
2. Formule uma opinião sobre o assunto e apresente argumentos que defendam seu ponto de vista, sem transcrever literalmente trechos dos textos de apoio.
3. Não se esqueça de atribuir um título ao texto.
4. Se a sua redação tiver entre 17 (dezessete) e 24 (vinte e quatro) linhas, inclusive, ou entre 31 (trinta e uma) e 38 (trinta e oito) linhas, também inclusive, sua nota será diminuída, mas não implicará grau zero.