Leia o soneto de Luís Vaz de Camões, autor do Classicismo português.
Quando de minhas mágoas a comprida
'Maginação os olhos me adormece,
Em sonhos aquela alma me aparece,
Que para mim foi sonho nesta vida.
Lá numa soidade, onde estendida
A vista por o campo desfalece,
Corro após ela; e ela então parece
Que mais de mim se alonga, compelida.
Brado: - Não me fujais, sombra benina.
Ela (os olhos em mim com um brando pejo,
Como quem diz, que já não pode ser)
Torna a fugir-me; torno a bradar: - Dina...
E antes que diga: - mene*, acordo, e vejo
Que nem um breve engano posso ter.
*mene = verbo "menear" conjugado; mover-se.
A partir do texto, depreende-se que o eu lírico utiliza a temática