Leia:
O palácio da Ventura (Antero de Quental)
Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do Amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas de ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão — e nada mais!
No soneto, classificam-se, respectivamente, em aposto e vocativo