Questão
Colégio Militar - CM - 6º Ano
2023
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Leia o Texto I para responder à questão.

Texto I

A ÁRVORE DA FELICIDADE

Após uma caminhada exaustiva pelo campo, quatro amigos se sentaram à beira do caminho, à sombra de uma velha mangueira. Ela era a única árvore numa plantação de melancias, e aquele era o local preferido dos rapazes, pois havia mangas e melancias à vontade.
Aquele dia era especial. Os amigos haviam se formado na faculdade e, provavelmente, seria a última vez que caminhariam juntos. Embora não admitissem, estavam tristes. E a tristeza não permitiu que eles percebessem o estranho brilho que estava em volta da mangueira.
— Não fiquem tristes! Vocês se encontrarão novamente...
Os amigos se entreolharam, espantados.
— Quem disse isso? Vocês ouviram o que eu ouvi? — perguntou Eduardo, intrigado com a voz suave que tinha acabado de ouvir.
— Ouvi sim! – confirmou Pedro.
— Eu também escutei. Parece que veio lá de cima. – disse Silas.
— Estranho! – comentou Antônio. — Acho que pegamos sol demais pelo caminho.
— Ei! – exclamou Silas. — Vocês estão notando uma luz estranha no alto da árvore?
Todos olharam para cima.
— É verdade! Será que é um disco voador?
Escutaram a voz novamente:
— Não é brincadeira! Eu posso atender a um pedido de cada um de vocês para que sejam felizes...
— Você é um tipo de árvore da felicidade? — perguntou Antônio.
— Isso não importa agora. Façam logo seus pedidos!
Apressadamente, Antônio falou:
— Quero ser o homem mais rico do mundo, pois ninguém consegue ser feliz sem dinheiro.
Com medo de perder a oportunidade, Silas pediu:
— Quero ser o homem mais amado do Planeta, porque eu acredito que dinheiro não traz felicidade.
Eduardo, que se achava mais esperto que os amigos, disse:
— Eu quero ser muito inteligente e não envelhecer nunca! Mocidade e inteligência são, sem dúvida, as maiores felicidades.
Em seguida, Pedro fez seu pedido:
— Eu quero ser o homem mais famoso do mundo!
Todos riram dos pedidos feitos e, rapidamente, a mangueira mudou de cor. Ela soltou um estranho zunido e, por fim, subiu velozmente ao céu, deixando um rastro luminoso e os rapazes boquiabertos. Os quatro amigos, tendo os desejos realizados, seguiram seus caminhos e não se encontraram mais.
Passaram-se alguns anos...
Antônio tornou-se o homem mais rico do mundo, porém a riqueza só lhe trouxe problemas: vivia com medo de sofrer um sequestro e estava cercado de pessoas que só estavam interessadas em seu dinheiro, por isso vivia isolado de todos.
Ao contrário de Antônio, Silas recebia muito amor. Ainda que fizesse as piores maldades, seus fanáticos admiradores sorriam para ele e o adoravam. Entretanto, o amor das pessoas, sem que Silas fizesse nada para conquistá-lo, tornou-o cruel e perverso.
Já Eduardo permanecia jovem e inteligente. Era chamado para ministrar palestras pelo mundo todo. Governantes solicitavam sua sabedoria. Mesmo assim, ele era infeliz e solitário.
Pedro era alvo constante da inveja das pessoas. Não podia sair à rua com seus amigos. Vivia recluso para evitar os jornalistas e os frequentes convites para apresentações em público.
Um dia, os quatro largaram tudo e fugiram. Combinaram de encontrar-se novamente no local da velha mangueira.
Ao pé da mangueira, os amigos choraram, abraçados uns aos outros.
— Fomos enganados. O que faremos agora? — perguntou Antônio.
— Foram vocês que escolheram assim! — respondeu a árvore.
— Você nos enganou com sua conversa de felicidade! — esbravejou Pedro.
— Vocês enganaram a si mesmos. — retrucou a árvore. — Todos sempre se enganam quando pensam que, para ser feliz, é preciso alguma condição como dinheiro, inteligência, mocidade, amor ou glória...
— Você prometeu felicidade, mas hoje somos os homens mais infelizes do mundo! — reclamou Silas, prestes a chorar.
— Vocês quiseram ser felizes. Fizeram seus pedidos e foram atendidos. Contudo, esqueceram-se de que a felicidade tem que ser conquistada, assim como o amor e a liberdade. Mas não se preocupem mais: vocês terão uma nova oportunidade.
— E como será essa nova oportunidade? — perguntou Pedro.
Eles não conseguiram ouvir a resposta, pois, de novo, o rastro prateado confundiu-se com o brilho das estrelas. Antes de irem embora, Antônio percebeu um pedaço de papel pregado na mangueira.—
 Olhem! Um bilhete para nós!
No bilhete, lia-se: “Vivam tranquilamente, pois ninguém precisa de riqueza, poder, fama, mocidade, inteligência ou qualquer outra coisa para ser feliz. Para alcançar a felicidade, é preciso aproveitar intensamente o dia a dia, viver plenamente e permitir que os outros também façam o mesmo.” 

OLIVEIRA, Renato Antunes. Contando histórias.
Disponível em: https://www.contandohistorias.com.br/historias/2006142.php.
Acesso em: 19 set. 2022. Modificado.

Vocabulário:
zunir: movimentar-se produzindo ruído agudo. 
esbravejar: tornar-se furioso, bravo.

Releia os trechos a seguir, observando o sentido das palavras em destaque.
   I. “Após uma caminhada exaustiva pelo campo, quatro amigos se sentaram à beira do caminho [...].”
   II. “Embora não admitissem, estavam tristes.”
   III. “Vivia recluso para evitar os jornalistas [...].”
   IV. “[...] viver plenamente e permitir que os outros também façam o mesmo.”

Assinale a opção que apresenta, respectivamente, os antônimos das palavras em destaque nos trechos acima.
A
Repousante / ocultassem / detido / desigualmente.
B
Esgotante / encobrissem / disponível / relativamente.
C
Relaxante / discordassem / livre / parcialmente.
D
Fatigante / assumissem / liberto / completamente.
E
Pacificante / negassem / preso.