HERÓI CAPTURA LADRÃO DE GALINHA

Capitão Pum usa golpe fatal para liquidar oponente
Repórter Zinho Xindofredo
CIDADE DO FIM-DO-MUNDO - Os moradores desta cidade ficaram maravilhados, na tarde do dia 13, quando, com um golpe gasoso, o herói Capitão Pum fez desmaiar o ladrão Zé do Galinheiro, ladrão de galinhas, patos, gansos, codornas e marrecos.
O ato de heroísmo ocorreu logo após o larápio assaltar o aviário “Ave de Rapina”. Zé do Galinheiro escapava ileso, mas foi abordado pelo herói mascarado que lhe aplicou o golpe fatal.
Apavorados com os roubos constantes de galináceos na região, os fim-do-mundenses não sabiam mais a quem recorrer. Com o surgimento da figura enigmática do Capitão, a população local já tem um defensor a quem confiar a justiça. O Paladino do Cheiro, como está sendo chamado o Capitão, receberá das mãos do Prefeito a chave simbólica da cidade e uma placa em homenagem à façanha digna dos mais altos elogios.
– Ele foi sensacional – elogiou uma senhora, testemunha da ocorrência – Ele chegou, falou pro ladrão parar. O bandido tentou fugir, o homem fedorento soltou uma nuvem esverdeada com um cheiro horrível. O rapaz começou a ficar branco; depois foi ficando tonto e acabou desmaiando – conta a simpática senhora.
– Ele é muito mais legal que esses heróis que andam por aí, na televisão. Foi show! – disse o menino Pedrinho, que também presenciou o fato.
– Ganhamos um aliado no combate ao crime – completou o Prefeito.
Mesmo fazendo o bem da população, Capitão Pum recebeu críticas pelo seu
modo de agir. Reclama uma moradora:
– Eu sei que esse moço prendeu um criminoso, mas acontece que, quando ele usou seu golpe fatal contra o infeliz vagabundo, fez meu pobre periquito, Bruce Lee, desmaiar com o terrível cheiro. Esse cidadão deveria ser mais cuidadoso com suas armas.
O fato foi registrado na Delegacia da cidade e teve repercussão internacional.

(SANTANA, Luiz Claudio Machado de.Super-heróis Desengonçados: Entrevistas Exclusivas. Rio de Janeiro, Ciência Moderna, 2016.)
Ainda no quarto parágrafo, aparecem as palavras “cheiro”, “simpática” e “tonto”. Sobre essas palavras, é correto afirmar que: