Questão
Questões Inéditas - Cursos Regulares
2022
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Garoa do meu São Paulo,

– Timbre triste de martírios –
Um negro vem vindo, é branco!

Só bem perto fica negro,
Passa e toma a ficar branco.

Meu São Paulo da garoa,
– Londres das neblinas finas –

Um pobre vem vindo, – rico!
Só bem perto fica pobre,
Passa e toma a ficar rico.

Garoa do meu São Paulo,
– Costureira de malditos –
Vem um rico, vem um branco,
São sempre brancos e ricos...

Garoa, sai dos meus olhos.

Vaga um céu indeciso entre nuvens cansadas,
Onde está o insofrido? O mal das almas
Quase parece um bem na linha das calhadas,
A palavra se inutiliza em brisas calmas.

ANDRADE, Mário. Lira paulistana. Fonte: Domínio Público. Disponível em: https://tinyurl.com/4dx443wu. Acesso em: 29 jul. 2022.
 
Segundo o crítico literário brasileiro Alfredo Bosi, “Lira paulistana” (1945) fecha um ciclo iniciado por:
A
“Há uma gota de sangue em cada poema”.
B
“Libertinagem”.
C
“Remate de males”.
D
“Pauliceia desvairada”.
E
“Contos novos”.