A revolução francesa deu um enorme prestígio militar a Napoleão Bonaparte e garantiu sua posição central no cenário político, no qual imprimiu sua marca pessoal. Napoleão realizou o feito de eliminar o antigo regime e, ao mesmo tempo, manter as classes populares submissas.
Para saber mais sobre a expansão napoleônica, confira o artigo abaixo que o Estratégia Militares preparou para você!
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A expansão napoleônica e as coligações
A política externa de Napoleão foi o resultado das guerras que a França enfrentava desde 1792 aliadas à reação generalizada da Europa absolutista contra o movimento revolucionário francês.
Além disso, a Inglaterra – apesar de ter um regime liberal – não aceitava os avanços políticos da França, que poderia se transformar em uma concorrente comercial e industrial nos mercados europeus.
Primeiras coligações contra Napoleão Bonaparte
Quando instituiu o consulado – que foi uma espécie de governo provisório no qual três cônsules governavam – Napoleão herdou do diretório a luta contra a segunda coligação, composta por Inglaterra, Áustria e Rússia.
Batalha de Marengo
Napoleão venceu os austríacos na batalha de Marengo, em 1800, e assinou o Tratado de Lunéville com a Áustria, que ratificou o direito da França sobre a Bélgica e sobre a margem esquerda do Rio Reno.
Paz de Amiens
Isolada, a Inglaterra se viu obrigada a assinar a Paz de Amiens, em 1802, pela qual os ingleses concordaram em ceder as possessões coloniais apreendidas durante a guerra, com exceção das Ilhas de Trinidad, no Caribe, e Ceilão, no extremo oriente.
Compra de Louisiana pela França de Napoleão Bonaparte
A paz assinada mostrou-se ser apenas uma trégua, pois no ano seguinte a guerra recomeçou motivada pelas ambições econômicas tanto dos ingleses quanto dos franceses.
Os franceses tinham a pretensão de reconstruir seu império colonial, para o qual compraram a Louisiana, – que pertencia à Espanha, mas se encontrava no território dos EUA – e desembarcaram tropas no Haiti e na Martinica, na América Central.
O conflito acabou se generalizando e a França passou a enfrentar também a Áustria, a Rússia, a Prússia e a Suécia, formando assim a terceira coligação, em 1805.
Batalha de Trafalgar
A França recebeu o apoio da Espanha, mas a Marinha franco-espanhola foi dizimada na Batalha de Trafalgar, no Mediterrâneo, pela esquadra inglesa comandada pelo Almirante Nelson.
Batalhas de Ulm e Austerlitz
Entretanto, os franceses foram superiores em terra e venceram as Batalhas de Ulm, contra os austríacos, e Austerlitz, contra os exércitos austro-russos.
Confederação do Reino
Entre 1804 e 1806, a expansão napoleônica prosseguiu e Bonaparte recebeu o apoio de 16 estados alemães, criando-se assim a Confederação do Reino, que desestruturou o antigo sacro império romano-germânico.
Em resposta, formou-se a quarta coligação – entre 1806 e 1807 – anti-francesa, integrada por Inglaterra, Rússia, Prússia e Suécia
A armada de Napoleão Bonaparte
No dia 18 de fevereiro de 1803, o embaixador da Inglaterra na França, Lord Whitworth, foi convocado por Napoleão Bonaparte para uma reunião no castelo Saint-Claude.
Os dois países viviam então um breve período de paz, após a assinatura do Tratado de Amiens, em 1802. Mas o que o Withworth estava prestes a presenciar era o início da tempestade após a calmaria.
Contrariado com a insistência dos ingleses em descumprir certos pontos do tratado assinado a menos de um ano, Napoleão surpreendeu o embaixador inglês com a violenta saraivada de críticas contra os britânicos.
A mensagem de Napoleão era clara. Segundo o Tratado de Amiens, a Inglaterra deveria ter evacuado a ilha de Malta a partir do mês de setembro de 1802 e ela não o fizera. Diante disso, o embaixador concluiu que os ingleses pretendiam conservar Malta para garantir posições estratégicas no Mediterrâneo.
Dado o recado ao adversário, Napoleão iniciou os preparativos para uma eventual retomada do conflito. Em 13 de abril de 1803, passou em revista a cinco mil soldados no pátio do carrossel, em Paris.
Na ocasião, o embaixador em inglês transmitiu ao Ministro das Relações Exteriores francês, Charles-Maurice de Talleyrand, uma mensagem de seu governo, que a Inglaterra continuaria a ocupar Malta ainda por 10 anos.
Invasão da França de Napoleão Bonaparte à Inglaterra
Napoleão anunciou, então, seu plano de invadir a Inglaterra por mar. Começou, então, a mobilização militar.
Um contingente de 480 mil soldados foi destacado para os campos de treinamento organizados ao longo da costa diante da Inglaterra. No entanto, havia um problema: os tempos de glória da marinha francesa haviam ficado no passado.
No momento da assinatura do Tratado de Amiens, em 1802, a Inglaterra dispunha de 189 navios de guerra contra os 47 da França.
A maioria dos navios ingleses era superior aos franceses, tanto em tamanho quanto em armamento, e os oficiais ingleses eram mais experientes que seus adversários. Napoleão não tinha consciência de tudo isso e, pior, não tinha experiência em combates navais.
O primeiro cônsul seguiu dedicando toda a atenção à futura expedição de tração dos planos de campanha da frota que, no dia fixado, rumaria para os locais de combate. Os franceses apostavam no elemento surpresa para despistar os adversários.
No início de novembro de 1803, Napoleão chegou à Bolonha, no litoral norte da França, para conduzir a primeira tentativa de cruzar o Canal da Mancha.
Os marinheiros franceses chegaram a iniciar um duelo de artilharia com os navios ingleses, mas o mar estava ruim, vários barcos de desembarque afundaram e a tripulação foi lançada ao mar.
Durante toda a noite do dia 7 de novembro, o próprio Bonaparte participou das operações de resgate. Mesmo após esse primeiro ensaio frustrado, Napoleão ainda perseguiu por dois anos o sonho de desembarcar na Inglaterra.
No fim, o sonho napoleônico de invadir a Inglaterra não se realizou. O projeto, várias vezes adiado ao longo de dois anos, foi, finalmente, abandonado após a Batalha de Trafalgar, em 1805, quando o Almirante Nelson destruiu a força conjunta das armadas francesa e espanhola, consolidando a supremacia britânica nos mares.
A partir de então, Napoleão mudou o foco de ação de suas tropas. O objetivo passou a ser a conquista da Europa Continental.
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