Você vai prestar algum concurso militar esse ano? Então confira esse artigo, que o Estratégia Militares preparou para você sobre o comércio mundial e os blocos econômicos, assunto recorrente cobrado pelas bancas de avaliação.
O comércio mundial tem apresentado taxas crescentes em relação à circulação de mercadorias. Esse aumento faz parte de um processo iniciado na segunda metade do século XX e intensificado após o fim da Guerra Fria, baseado nas premissas do neoliberalismo.
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O que é o neoliberalismo?
De acordo com a doutrina neoliberal, o Estado deve intervir minimamente na economia, que deve ser regulada de acordo com as variações do mercado, criando a ideia de “Estado mínimo”.
Dessa forma, a atuação estatal é reduzida ao máximo e os fatores de produção capitalistas devem permanecer na esfera privada, cabendo ao Estado apenas fornecer a infraestrutura necessária à produção capitalista.
Nesse contexto, a diminuição da atuação estatal, responsável por estabelecer tarifas e impostos que dificultam as trocas comerciais, possibilitou o aumento dos fluxos de capitais e de mercadorias.
Contudo, as relações comerciais apresentam desigualdades, de forma que poucos países possuem o poderio econômico e político necessário para negociar no mercado internacional.
Para buscar maior equilíbrio no mercado internacional, foram criadas instituições reguladoras para intermediar as relações comerciais, tais como o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) e, posteriormente, a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Além dos acordos internacionais, outra forma de os países se organizarem para enfrentar o mercado globalizado foi a formação de blocos econômicos. Assim, a negociação em conjunto cria maiores possibilidades para que os acordos comerciais sejam mais bem-sucedidos e auxiliem na redução das disparidades que podem surgir no comércio bilateral.
O que é a Organização Mundial do Comércio (OMC)?
Em 1944, na Conferência de Bretton Woods, definiram-se os princípios do sistema financeiro internacional com a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Com a expectativa de crescimento do comércio mundial, sugeriu-se nessa mesma conferência a criação da Organização Internacional do Comércio (OIC), formando o tripé do sistema econômico multilateral, que organizaria o comércio de bens e serviços em escala mundial.
No entanto, a OIC não chegou a ser formada, pois o senado dos EUA se negou a ratificá-la, alegando que sua criação comprometeria o comércio internacional do país. Com o impasse, a solução foi a criação de um acordo provisório e simplificado – o GATT – que durou até 1995, quando foi substituído pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
Ainda que a OMC não seja imune às pressões e às críticas feitas pelos principais atores internacionais – países de maior influência -, ela funciona como um fórum de discussões comerciais.
Assim sendo, ela é de vital importância para países em desenvolvimento, como o Brasil, que dependem de um sistema de normas para defender seus interesses contra as grandes potências.
O que são os blocos econômicos?
A principal tendência do mundo globalizado é a formação dos blocos regionais, criados para aumentar o comércio entre os países-membros por meio da redução ou eliminação das tarifas alfandegárias. Assim, os blocos econômicos são a integração entre países, visando relações comerciais, econômicas e políticas.
Como são formados os blocos econômicos?
Os blocos econômicos são formados, na maioria das vezes, por países que têm interesses comerciais em comum. Normalmente, os blocos são integrados por países localizados em uma mesma região geográfica, como o Nafta, ou são banhados por um mesmo oceano, por exemplo, a APEC.
Quais são os estágios de integração dos blocos econômicos?
Os blocos econômicos apresentam alguns estágios de integração e podem ser classificados em:
- Zona de Livre-Comércio (ZLC);
- União Aduaneira;
- Mercado comum;
- União ou integração econômica e monetária; e
- Integração política e institucional.
Zona de Livre-Comércio (ZLC)
Nesse estágio, as ambições de integração são bastante limitadas. Busca-se apenas o crescimento comercial entre os países-membros, com a redução ou eliminação de tarifas e barreiras não tarifárias e das restrições quantitativas. Não há livre-circulação de pessoas, apenas de capital. Um importante exemplo dessa forma de organização é o Nafta.
União Aduaneira
Pode ser considerado um estágio intermediário de integração entre os países. Na união aduaneira, além de todas as características da ZLC, define-se uma Tarifa Externa Comum (TEC), ou seja, é criada uma mesma tarifa para trocas com países que não pertencem ao bloco. O Mercosul é um exemplo desse tipo de integração.
Mercado comum
Além de todas as características da união aduaneira, permite-se o livre trânsito dos meios de produção (capital, serviços e mão de obra) entre a maioria dos países-membros. Assim, há o estabelecimento de um mercado realmente comum entre os integrantes.
Alguns países da União Europeia, como a Dinamarca, a Bulgária, a Polônia, entre outros, ainda estão nesse estágio de integração, pois não adotaram uma política financeira comum com o restante dos países do bloco, que instituiu o euro como moeda única.
União ou integração econômica e monetária
Além de todas as características do mercado comum e da adoção de uma moeda única, nesse estágio ocorre a criação de um Banco Central e a institucionalização de uma política monetária comum para todos os países-membros.
Dezenove países da União Europeia – aqueles que adotaram o euro – estão nesse estágio, como a França, Alemanha, Eslovênia, Chipre, entre outros.
Integração política e institucional
A integração total entre os países-membros ocorre quando há unificação de diversas instituições sociais, políticas, econômicas e militares. Ainda não há nenhum bloco nesse estágio. Acredita-se que a União Europeia possa ser a primeira a atingir esse patamar de integração.
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