Batalha de Monte Castelo: o que foi, participação e muito mais!
Soldados da 2ª Guerra Mundial

Batalha de Monte Castelo: o que foi, participação e muito mais!

Você sabe como foi a batalha de Monte Castelo, qual a participação da FEB neste evento e qual é a importância dela na história do Exército? Confira as informações e curiosidades que o Estratégia Militares preparou para você.

O Brasil foi o único país da América Latina que participou diretamente dos conflitos na Europa durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Os militares brasileiros ficaram no campo de batalha por 239 dias ininterruptos, lutando contra o exército alemão. Cabe ressaltar que o Brasil, na época, era um país pobre, com um exército que não tinha experiência e nem equipamento para combater no inverno italiano. 

O que foi a batalha de Monte Castelo?

A Força Expedicionária Brasileira (FEB) enviou cerca de 25 mil soldados ao norte da Itália, onde lutaram junto ao Exército Americano a fim de romperem a “linha gótica”, uma das últimas estratégias de defesa alemã. 

Os integrantes da FEB e do Exército Norte-americano foram protagonistas de vitórias importantes, tomando regiões dominadas pelos nazistas. Uma delas foi a famosa tomada de Monte Castelo, combate que durou cerca de três meses, além das batalhas em Massarosa, Camaiore, Monte Prano e Castelnuovo.

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Como surgiu a expressão “a cobra vai fumar”?

A participação do Brasil nos conflitos da Segunda Guerra Mundial era desacreditada. Dizia-se que era mais fácil uma cobra fumar do que o país integrar os esforços de guerra. Mas em 2 de julho de 1944 ocorreu a viagem do primeiro contingente da FEB para a Europa, sob o comando do General Zenóbio da Costa. 

O país entrou oficialmente na guerra e “a cobra fumou”. Por conta disso, os soldados da FEB utilizaram o desenho de uma cobra fumante como seu símbolo. Mais de 400 militares morreram em batalha e são considerados heróis da nação brasileira.

Soldados da 2ª Guerra Mundial
Soldados da 2ª Guerra Mundial

Como foram os combates da FEB em Monte Castelo?

O inimigo alemão tinha quase tudo a seu favor: o inverno rigoroso, que chegava a 20 graus celsius negativos; armas mais potentes e um exército que quase dominou a Europa. 

Entre novembro e dezembro de 1944, as forças brasileiras e norte-americanas tentaram por diversas vezes derrotar as do General alemão Eccard Freiherr von Gablenz, comandante da 232ª Divisão de Infantaria Alemã. 

Os ataques mal-sucedidos dos Aliados

O primeiro ataque dos Aliados, no dia 24 de novembro de 1944, não foi bem sucedido, devido a um erro de planejamento. Ele foi realizado sem o apoio da Força Aérea Brasileira, o que resultou na retomada da área pelos inimigos, exceto do monte Belvedere que foi retomado no dia 28 de novembro pelos infantes alemães.

No entanto, os alemães estavam muito bem entrincheirados, em posições elevadas, o que tornava muito difícil a aproximação das tropas brasileiras.

O ataque de 29 de novembro de 1944 contou com a 1ª Divisão de Infantaria da FEB acrescido de três pelotões de tanques do Exército Norte-americano. Porém as condições meteorológicas não eram favoráveis aos brasileiros e nem aos norte-americanos. 

Nesse dia, uma tempestade de chuva e neve caiu sobre o local e derrubou as temperaturas para vinte graus celsius negativos. A condição climática foi atenuada pela sensação térmica, que ultrapassou os trinta graus celsius negativos.

Do alto de suas posições, os alemães podiam observar atentamente os deslocamentos das forças brasileira e norte-americana pelos vales a sua volta, podendo orientar, com total precisão, seu fogo de artilharia. 

Em 12 de dezembro de 1944, foi o dia em que houve mais baixas na FEB: cerca de 150 mortes. As batalhas nessa data não obtiveram sucesso, o que levou o 5º Exército dos EUA – ao qual a FEB estava subordinada – a duvidar da capacidade dos soldados brasileiros em cumprirem a missão.

Como foi a reviravolta da FEB na conquista de Monte Castelo?

Os oficiais brasileiros passaram as semanas de dezembro, janeiro e fevereiro de 1944, analisando atentamente as decisões táticas dos ataques anteriores, extraindo lições valiosas. 

As posições alemãs no Monte Castelo eram cercadas por outros montes que também estavam nas mãos do inimigo. Isto significava que para atingir o seu cume, os soldados brasileiros tinham que subir por um íngreme e estreito corredor, expostos ao fogo da artilharia alemã que saía de três posições diferentes.

Para contornar esse problema, foi coordenado um ataque simultâneo com a 10ª Divisão de Montanha dos Estados Unidos. Ela atacaria o monte Della Torracia, num dos flancos dos brasileiros, eliminando assim uma importante posição defensiva alemã. 

Os brasileiros foram divididos em três batalhões, pertencentes ao 1º Regimento de Infantaria. O Batalhão Franklin, faria o assalto frontal, o Batalhão Uzeda seguiria pelo flanco direito e o Batalhão Cinzento Sarnento ficaria de reserva, pronto para intervir onde fosse necessário. 

Cidade de Monte Castelo destruída
Cidade de Monte Castelo destruída na 2ª Guerra Mundial

O objetivo do flanco aliado era atingir o cume do Monte Castelo às 18h, mas o ataque começou logo pela manhã. Como era de se esperar, a resistência alemã foi impiedosa. Principalmente porque a 10ª Divisão de Montanha dos Estados Unidos não tinha cumprido sua parte na missão, que era conquistar o Monte Della Torracia. Isto significou que, durante toda a manhã, os brasileiros sofreram com o fogo inimigo oriundo de três posições diferentes. 

O Batalhão Uzeda, que seguia pelo flanco direito, foi o primeiro a atingir a crista do monte Castelo, atraindo a atenção dos alemães que combatiam no topo, permitindo ao Batalhão Franklin, assaltá-lo num grande ataque frontal. 

Alguns quilômetros atrás, o General Cordeiro de Farias, comandante dos Regimentos de Artilharia da FEB, realizava um trabalho primoroso ao atacar com precisão as posições alemãs, abrindo caminho para o avanço dos soldados brasileiros. Às 17:30h, ou seja, 30 minutos antes da hora determinada, os pracinhas alcançaram o cume do monte Castelo. 

Enquanto isso, os americanos da 10ª Divisão de Montanha, uma força considerada de elite, ainda não tinham alcançado o cume do monte Della Torassi. Por esse motivo, alguns pelotões brasileiros foram destacados para ajudá-los, cumprindo também essa missão noite adentro. 

Os combates continuariam no dia seguinte e, mais uma vez, os canhões do General Cordeiro de Farias fariam a diferença, destruindo os focos de resistência alemã na zona de guerra. 

Como foi o fim da Batalha Monte Castelo e a conquista dos Aliados?

Assim, no dia 21 de fevereiro, os pracinhas da FEB, juntamente com o Exército Norte-americano, conquistaram a área onde fica localizado o monte Castelo e romperam com a “linha gótica” alemã. 

A vitória do Exército Brasileiro frente aos soldados alemães representou um marco na Segunda Guerra Mundial, sendo os combatentes brasileiros, posteriormente, reconhecidos pelos inimigos alemães e pelos aliados norte-americanos.

Resultados brasileiros da tomada de Monte Castelo

Essa vitória brasileira foi a prova de que com força, garra e determinação, o Brasil conseguiu alcançar seus objetivos na Segunda Guerra Mundial. No total, o país teve 454 mortos, 2.064 feridos e 35 prisioneiros de um total de 25.445 militares que foram para a Itália.

Em contrapartida, foram dois generais, 453 oficiais e 19.679 soldados inimigos capturados pela tropa brasileira. Foram aprisionados, ainda, 80 canhões, 1500 viaturas inimigas e 4000 cavalos.

Curiosidades

No teatro de operações, os militares da FEB precisavam se manter informados e trocar mensagens entre si e o governo brasileiro. 

Assim, em 3 de janeiro de 1945, a FEB lançou o tablóide “O Cruzeiro do Sul”, que continha notícias sobre os desdobramentos da Segunda Guerra Mundial, além de informações sobre o Brasil e o mundo, a fim de acalentar os soldados combatentes e trazer um pouco de humor, por meio do personagem “Zé Carioca”.

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Referências

http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=348970_04&pagfis=30569 – Notícias sobre o bombardeio brasileiro na europa.

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